Desejo de borboletas amarelas
No ar diáfano o ideal
seriam borboletas amarelas
para desenhar alegria
com suas asas, seu voo
delicado.
Se não há borboletas,
fica no ar um desperdício
e um suspiro.
de Roseana Murray, do livro Poço dos Desejos, da Editora Moderna
Muitos desejam a riqueza, otros a lua, o sol e o amor. Roseana Murray deseja borboletas amarelas, trocar de cor, cantar, morar numa lua e, entre tantos desejos, a paz e ser dona de uma papelaria. Ela não se cansa de fabricar desejos, como cada um de nós.
Nos tempos atuais, tempos de pandemia, creio que o maior desejo de todos é viver e voltar às ruas. Intimamente temos outro desejo; desejamos um mundo melhor e coincidimos no desejo da paz.
Tive desejos que desapareceram e outros alcançaram a lua, porém existe um que não adormece; o desejo de que meu filho seja um grande homem. Grande em tamanho sei que será, quero mais, quero um homem de princípios e valores, que reconheça a beleza da vida e do simples, que abandone a manada juvenil e siga seu caminho, único e especial, tal como ele é. Que crie sua identidade não influenciada, mas influenciadora, e que passe pelo mundo deixando sua delicada pegada de luz, evitando o desperdício do desejo e criando um suspiro de vida no mundo em que vivemos.
interferência ao poema Desejo de Borboletas Amarelas de Roseana Murray – por Roseana Franco